A produção de cana em um novembro chuvoso e o que esperar das próximas safras

Com a reta final da safra 22/23 no Centro-Sul, algumas surpresas ainda acontecem, pois o período chuvoso do atual novembro não era visto há muitos anos. Não apenas do décimo primeiro mês de 2022, mas de toda esta primavera que, mais precisamente em novembro, têm registrado temperaturas baixas.

Neste cenário, a cana se hidrata e ganha peso, mas, olhando por outro lado, a plantação perde qualidade e produz menos açúcares por tonelada de cana processada. O que fica na cabeça de empresários e produtores é se como consequência disto, esta será uma safra menor que a 22/21 e, se em março de 2023 haverá um ‘roubo’ de muita cana da safra 23/24.

Importante considerar que a síntese do foco empresarial tem sido investir em tecnologia, reduzir dívida e refletir sobre o que fazer diferente para ter respostas diversas das que se tem visto e os agentes financeiros afirmaram que isto aconteceu de fato.

As explicações são que “o olhar empresarial no agronegócio canavieiro mira o resultado, se assenta sobre o que viveu, anseia estar correto nas perspectivas e decide sobre riscos, sempre com foco no caixa, na luta por ganhos de produtividade e qualidade da cana-de-açúcar, produtos e subprodutos e sabendo que o condão da recuperação de um ciclo difícil por 2 anos é o investimento em tecnologia”, diz Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), em artigo escrito para o JornalCana.

O presidente segue dizendo que a safra 2022/23 aconteceu sob os riscos da herança ruim da 21/22, que enfrentou seca, geadas e incêndios. O que não se contava, segundo o especialista, era com o ano eleitoral, a canetada reduzindo impostos da gasolina e do etanol e a queda sensível dos preços.

“Os preços do etanol reiniciam recuperação e os do açúcar seguem bons. Ventos chuvosos de um lado e esperanças aquecidas de outro lado. Não se trata de otimismo, mas de fatos que mostram isso e que, no pós-eleição, se transforma em esperança. Afinal, a esperança não murcha, não “isoporiza”, nem perde qualidade. A esperança para janeiro/23, quando os impostos deveriam por lei voltar a valorizar o etanol e trazer de volta sua competitividade com a gasolina, é um sonho que vivemos acordado”.

O presidente diz que irá moer 539 milhões de toneladas de cana na safra 2022/23, mais que na safra 2021/22 e oferecer menos açúcar e etanol, mas com relativa boa qualidade das canas e equilíbrio na oferta global e no país: “As chuvas e os investimentos nos animam para a safra 2023/24, com um mês de março com boa moagem e as esperanças por um governo equilibrado são o tom de verde esperado. Nosso olhar está animado com o bonito canavial em preparo para a safra 2023/24, esperando o verão que completará a obra do inverno e da primavera. Temos os boletos das falhas ainda para pagar, mas as esperanças nos consolam”, explica. 

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