O cenário nacional e o panorama mundial para o sistema bioenergético

A bioenergia é uma fonte de energia renovável que utiliza biomassa como matéria-prima. A biomassa pode ser de origem vegetal, animal ou residual, e pode ser convertida em energia térmica, elétrica ou em biocombustíveis.

Cenário nacional

O Brasil é um dos principais produtores e consumidores de bioenergia no mundo. A cana-de-açúcar é a principal biomassa utilizada no país, sendo responsável pela produção de etanol e açúcar. A biomassa florestal também é uma fonte importante de bioenergia no Brasil, sendo utilizada para a produção de energia térmica e elétrica. O setor bioenergético brasileiro é um importante motor da economia nacional. 

Panorama mundial

A bioenergia é uma fonte de energia em crescimento no mundo. A demanda por bioenergia é impulsionada por uma série de fatores, incluindo a crescente preocupação com as mudanças climáticas, a necessidade de diversificação das fontes de energia e o aumento do custo dos combustíveis fósseis.

O que dizem os que entendem do assunto?

Na revista Opiniões, com publicação de agosto a outubro de 2023, o professor da FEA-USP e da EAESP-FGV, Marcos Fava Neves, disse que a maneira de se gerar energia de formas sustentáveis é a discussão do momento, como medidas para minimizar o impacto no meio ambiente e também na saúde das pessoas. O especialista classifica o Brasil como um país destaque nesta questão, citando a produção e o consumo de etanol que, há muito tempo, é uma tradição: “Mais recentemente, inúmeras novas oportunidades têm surgido e prometem levar o setor de bioenergia para um patamar ainda mais alto por meio da expansão de novos produtos e tecnologias”, disse, complementando sobre o RenovaBio que tem se fortalecido nos últimos anos: “Pode ser considerado um importante marco para o setor com papel de enorme relevância no crescimento de biocombustíveis. O aumento da oferta desses produtos irá tornar nos próximos anos a matriz energética brasileira cada vez mais sustentável”.

Nesta mesma edição da revista, Plínio Mário Nastari, presidente da Datagro, disse ser preciso reconhecer que o Brasil já é o país mais avançado do mundo quando se fala em economia do hidrogênio. Nastari fala ainda que a energia de biomassa é estratégia não somente para o Brasil, mas para vários países em condições similares por muitos fatores: “Biomassa é energia solar capturada por fotossíntese, armazenada em cadeias de carbono que permitem seu processamento e conversão em inúmeros produtos e aplicações”, e finaliza dizendo que a biomassa é estratégica, ainda, porque é flexível e gera emprego”.

Em seu artigo sobre o futuro para o cenário nacional e o panorama mundial para o sistema bioenergético, o consultor sócio da MB Agro e consultor da XP para agronegócio, Alexandre Enrico Silva Figliolino, disse que o setor sucroenergético vive, seguramente, um momento bastante rico, com abertura de muitas oportunidades promissoras: “Ser um país de vasto território, em grande parte tropical, com abundância de água e luminosidade, aliado à tecnologia, possibilita ao setor o desenvolvimento de uma série de alternativas no campo energético, competitiva e bem alinhada ao cenário de descarbonização pelo qual passará o mundo nos próximos 30 anos”.

Figliolino disse ainda que o Brasil é bastante competitivo na produção de açúcar e que isto deve crescer por volta de 2 MM de toneladas por ano, por conta da expansão do mercado na África e Ásia, dando ao país condições de manter o elevador share atual do trade mundial, entre 45% e 50%”.

O presidente da Unica, Evandro Gussi, disse que o desenvolvimento de combustível sustentável de aviação, a partir do etanol, tem potencial grande para ser explorado e o Brasil e a América Latina podem se tornar o grande centro gravitacional para a produção e distribuição. Em seu artigo, Gussi ressaltou que a proposta do Ministério de Minas e Energia “Combustível do Futuro”, levará o compromisso com a mobilidade sustentável no Brasil cada vez mais longe: “O projeto é inovador ao considerar o princípio de neutralidade ou diversidade tecnológica e não haverá privilégios para qualquer rota, mas o reconhecimento de todas que contribuam para a redução de emissões de CO2”.

Já Paulo Montabone, diretor da Fenasucro e Agrocana, disse na mesma publicação que o Brasil é uma vitrine para a bioenergia mundial: “Com a demanda cada vez mais forte por sustentabilidade de biocombustíveis e energias limpas, o setor vive uma escalada de investimentos com o desenvolvimento destes novos produtos. Neste contexto, o Brasil tem papel extremamente importante, haja visto estar posicionado em um patamar diferenciado quando o assunto é bionergia”.

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